Thursday, December 13, 2007

APRENDENDO RELACIONAMENTO COM A FAMÍLIA DO FILHO PRÓDIGO


TEXTO: Lucas 15:1-32


O texto começa abruptamente dizendo que um homem tinha dois filhos e sem mais nem menos um deles pede a herança e abandona a família, que situação!!!! É importante salientar aqui que esta história não começou assim, aqui tem uma mãe, com certeza, até porque há dois filhos, impossível ter filhos se não existir uma mãe, é óbvio. Mas por alguma razão a figura da mãe é deixada de lado para salientar o relacionamento dos filhos com o pai. É verdade também que algum tempo já havia passado os filhos já não eram mais crianças, cresceram, começaram a ter opiniões próprias, e isso por si só já começou a desenhar novos rumos para cada um dos filhos. Quando foi que um deles começou a alimentar a idéia de viver novas aventuras, conhecer o mundo lá fora, bem não se sabe ao certo, o que temos de informação é que um dos filhos decide deixar o conforto e a segurança da casa do pai e se aventurar vida afora gastando a herança que seu pai lhe havia dado enquanto que o outro opta por ficar em casa com o pai. Enfim esse é o pano de fundo para as lições que precisamos aprender aqui.
E a primeira lição aqui é que “O TEMPO REVELA PROBLEMAS”, veja bem ele não é gerador de problemas, tampouco facilitador de problemas, ele só permite que os problemas que estão ocultos apareçam.
Os problemas ficam evidenciados pelo tempo e o desgaste do relacionamento é um deles, porque é impossível que pessoas convivendo juntas de uma maneira tão próxima não sofram desgaste. Podemos ignorar isso ou podemos admitir que isso seja um fato. Em admitir o fato de que todo relacionamento sofre desgaste já é um princípio para se solucionar esse problema, até porque se eu sei que algo vai sofrer desgaste eu posso buscar elementos que me ajudem a minimizar ou até mesmo evitar o desgaste que ainda está por vir. O pai do filho pródigo não previu esse desgaste, todavia agiu bem em não aumentar o desgaste questionando em demasia o filho que decidiu ir embora, afinal a decisão já fora tomada. O segundo problema que o tempo trata de revelar nessa história é que duas pessoas jamais vão pensar da mesma forma ou ter atitudes idênticas. Cada um dos filhos reagiu ao crescimento físico e emocional de maneira diferente, um resolveu que queria conhecer e experimentar o mundo lá fora independentemente das conseqüências, o outro simplesmente decidiu ficar em casa ajudando o pai, qual foi a melhor escolha? A escolha não é tudo, mas a motivação da escolha sim, você verá adiante que tanto o filho pródigo como seu irmão tinham problemas de relacionamento entre si e com o pai.
A segunda lição mostrada nesta história é que “OS PROBLEMAS TRAZEM NECESSIDADES QUE PRECISAM SER RESOLVIDAS”. A aventura do filho pródigo não foi muito bem sucedida, logo os problemas começaram a aparecer na sua vida. Primeiro ele descobriu que dinheiro, por mais que se tenha muito, se não souber administrá-lo, um dia acaba e quando acaba, os amigos que o dinheiro comprou desaparecem, pior, alguns se transformam em inimigos. Outra coisa que o filho pródigo aprende, e da pior maneira, é que relacionamentos superficiais não são provisões emocionais seguras para tempos de adversidades. As pessoas não reagem da mesma forma que sua família diante de seus erros, os relacionamentos superficiais não tem a maturidade necessária para suportar erros e tropeços tão comuns ao ser humano. A necessidade de segurança emocional e física começa a aparecer diante da escassez de recursos do filho pródigo, ele começa a perceber que cometeu um erro ao decidir sair de casa, na sua avaliação, agora mais madura, é de que os empregados de seu pai tinham uma vida mais digna que a dele. A sua avaliação está correta, mas então o que fazer? Então vamos para a terceira lição neste texto:
A lição é a seguinte: “ATITUDES TRAZEM SOLUÇÕES”. De nada adianta ficar pensando nas soluções se não for para tomar uma atitude logo em seguida. O filho pródigo pensa, deduz, mas age logo adiante. Uma das coisas boas nesse moço é que diferentemente de seu irmão, ele age. Foi rápido para tomar uma atitude errada, mas ao reconhecer que errou, foi mais rápido ainda em agir para resolver a questão do relacionamento rompido, porque entendeu que suas necessidades foram conseqüências da quebra de seu relacionamento com seu pai, ele diz: “irei ter com meu pai...” ele sabe onde foi que errou, tem consciência do erro, entende que suas necessidades não são o foco do problema, senão só conseqüências. Ele entende que se resolver o relacionamento com seu pai inevitavelmente resolverá sua necessidade. O filho pródigo aprende uma lição que deveríamos aprender sem passar pelo que ele passou, a lição é que relacionamentos rompidos geram necessidades que o tempo revela, mas não cura. A cura está na atitude, mas as vezes somos como o irmão do filho pródigo, que de bonzinho não tinha nada, apenas era muito covarde para dizer ao pai o que estava pensando, era um moço sem atitudes. Por muito tempo o irmão do filho pródigo ficou desejando fazer festas com os amigos, assim como o pródigo fez, de maneira errada é claro, mas fez, todavia diz o texto que ele argúi com seu pai dizendo: “... não me deste nem um cabrito para eu celebrar com meus amigos..” A falta de atitude deste moço impressiona, vivendo com o pai, sendo querido pelo pai, e na ausência do irmão sua posição diante do pai subiu tremendamente, todavia não tem coragem de ter uma atitude de pedir uma coisa que era sua. Espera um momento de intensa emoção contra seu irmão para se encher de coragem e reclamar, e veja bem até para ter a atitude de reclamar teve que o pai ir conversar com ele primeiro, senão nem isso ele faria. O pecado do irmão do filho pródigo é o mesmo, tinham um problema de relacionamento com o pai, a diferença está em que o filho pródigo falou do problema e tomou uma atitude, mas seu irmão guardou o problema no coração até a volta de seu irmão. Tanto tempo na casa do pai sem resolver um relacionamento.
Concluo dizendo que o que o filho pródigo fez está errado, mas é melhor tentar, errar, avaliar e concertar do que não fazer nada por medo de errar. E preferível ter as motivações do filho pródigo do que as emoções do filho que ficou em casa, porque esse nem mesmo a Bíblia diz que ele tenha resolvido o seu problema com seu pai. Meu amado é melhor agir e errar, na tentativa de acertar, do que ficar confortavelmente escondendo as intenções do coração para nunca errar. Tome uma atitude hoje com relação aos seus relacionamentos rompidos e faça alguma coisa a respeito em nome de Jesus.